quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Ldkw news - Mesmo com mais ônibus, há filas e lotação no 2º dia de greve do metrô

O segundo dia de greve dos metroviários no Recife volta a causar transtornos aos usuários do transporte público na Região Metropolitana. Nesta quarta-feira (8), as estações de ônibus e terminais de integração, que unem o metrô a linhas de ônibus,contam com filas longas e coletivos lotados. Uma nova reunião entre a liderança dos metroviários, representantes do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), e a direção da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) está prevista para esta quarta e vai decidir os rumos da paralisação. A principal reclamação dos funcionários do metrô é a falta de segurança no trabalho

Mais de 400 mil usuários do serviço estão sendo afetados diariamente. Na terça (7), durante todo o dia, a estação central do Recife estava com os portões fechados e corredores vazios. O transporte deixou de funcionar, inclusive, nos horários de pico. A volta para casa teve aumento no número de passageiros nos pontos de ônibus e espera nas filas. Muitos usuários tiveram que utilizar vários coletivos para chegar ao destino, gastando mais tempo e dinheiro.A greve do Metrô do Recife teve início a partir da meia-noite da terça. A categoria entrou em greve para cobrar reforço na segurança das estações e medidas para proteger passageiros e funcionários de assaltos e outros crimes nas plataformas e vagões.Em assembleia feita no final da tarde, eles escolheram manter a paralisação por tempo indeterminado.No fim do dia, apesar de muitos passageiros lotarem as paradas de ônibus, o tumulto não foi diferente dos dias em que não há greve. Além disso, as empresas deônibus, através do GrandeRecifeConsórcio de Transporte, aumentaram a frota de algumas linhas e criaram novas.

Na estação de ônibus de Joana Bezerra, as filas não estavam longas, como de costume, devido à greve e aos fiscais faziam o controle do embarque e desembarque de passageiros. No entanto, passageiros da linha Aeroporto-Joana Bezerra relataram que esperavam o coletivo há mais de uma hora e meia.Nesta quarta, os grevistas prometem fazer mobilização, a partir das 19h, na central de manutenção do metrô, no bairro de cavaleiro, em Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife, para tentar envolver os operários do setor no movimento. Às 15h, a categoria vai mobilizar os manifestantes para acompanhar a audiência de conciliação marcada na sede do TRT-PE.71 quilômetros em três cidadesO Sistema de Trens Urbanos do Recife é operado em quatro linhas férreas, com extensão total de 71 quilômetros, abrangendo os municípios do Recife, de Jaboatãodos Guararapes,Camaragibee doCabo de Santo Agostinho. Ao todo, são 39 estações, transportando cerca de 400 mil passageiros por dia. A Linha Centro é a que tem maior demanda e estações mais inseguras, de acordo com o Sindicato dosMetroviários.Quem trabalha no metrô não mede críticas à falta de segurança, apontando, inclusive, à redução da guarda terceirizada que atua nos terminais. Segundo os trabalhadores, a maior parte das estações tem apenas uma pessoa fazendo a patrulha por turno, tendo que dividir-se em duas plataformas, de embarque e desembarque.

Os metroviários afirmam que assaltos ocorrem com frequência dentro e fora das estações. Segundo eles, caixas eletrônicos instalados nas estações atraem o interesse de quadrilhas armadas. "Desde 2012, a gente vem discutindo esse problema da segurança e a CBTU só realiza paliativos, nenhuma solução definitiva. Em fevereiro deste ano, a CBTU apresentou algumas propostas e o documento foi assinado em audiência no TRT [Tribunal Regional do Trabalho], mas nada foi cumprido. Nesta última semana, a empresa também deu sugestões, mas nada concreto, por isso, votamos pela paralisação", disse Diogo Morais.Ele acrescentou que as estações Santa Luzia, Werneck, Floriano e Engenho Velho estão entre as mais inseguras por terem movimento de passageiros relativamente pequeno, o que facilita a ação de bandidos devido à falta de policiamento ostensivo.Ainda segundo Morais, em assembleia realizada no último dia 30 de setembro, trabalhadores da área de segurança apresentaram um número preocupante: este ano já foram notificadas 1.600 ocorrências nas estações de metrô, entre assaltos, vandalismo e agressões. Ele lamenta que a população não registre queixa nas delegacias.A segurança da parte interna do metrô é de função da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).

Em nota, a Polícia Militar (PM) informou que realiza policiamento ostensivo no entorno das estações do metrô da Região Metropolitana do Recife com homens a pé e motorizados, com carros e motos.O órgão afirma que faz operações com abordagens e aponta que a falta de formalização e informação sobre os delitos dificultam a ação da PM na identificação e prisão de criminosos. O telefone da corporação para registrar ocorrências é o 190.

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