Um artista plástico foi denunciado à Justiça pela Promotoria da Bahia por criar três cartazes com dizeres racistas em ataque a duas vizinhas, em Salvador. Um material foi pregado na porta de sua casa e os dois restantes colocados por debaixo da porta das moradoras, no bairro Costa Azul, considerado de classe média.De acordo com o promotor de Justiça José Renato Oliva de Mattos, responsável pela denúncia, apesar do acusado ter negado, um exame grafotécnico - teste cujo objetivo é verificar a autenticidade ou a falsidade material de uma assinatura ou texto manuscrito, além sua autoria - comprovou a autoria dos cartazes.
Na quarta-feira (1º), o Ministério Público da Bahia (MP-BA) enviou o caso à Justiça. Segundo Mattos, consta no inquérito policial instaurado para apurar os fatos que o acusado agiu de forma discriminatória contra as vizinhas por três vezes."Duas mulheres, mãe e filha, se mudaram para o condomínio no Costa Azul e, em 18 de março, o artista pregou na porta da casa delas um cartaz manuscrito,em que se lia 'negro aqui não' (sic)", afirma o promotor. "No outro dia, ele colocou embaixo da porta do apartamento delas mais dois cartazes, que diziam 'negro não caiam fora negrada' (sic) e 'negrada não poluam a piscina não fora seus negros' (sic)", acrescenta.Mattos conta que a 12ª Vara Criminal de Salvador aceitou a denúncia do MP."Vão ser ouvidas testemunhas, o acusado será interrogado e juiz vai decidir", explica o promotor. Ele destaca que a pena para o tipo de crime varia de um a três anos de prisão, mas que, na denúncia oferecida pelo MP-BA, considerou cada ação do acusado como um atentado, considerando que o artista cometeutrês crimes, um para cada cartaz. "Como considerei que o artista cometeu um concurso material de crimes, se for culpado pelo juiz, ele pode pegar de um a três anos por cada crime, ou seja, há a possibilidade dele ser condenado a até nove anos de cadeia", explica.
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