As torturas,
os subornos, a espionagem
tradicional e a vigilância eletrônica
são alguns dos segredos mais bem
guardados da operação militar que
matou Osama bin Laden e que são
revelados em "Zero Dark Thirty", o
último filme da diretora Kathryn
Bigelow.
Baseada em entrevistas com as
pessoas envolvidas na operação e em
documentação exaustiva, a obra,
que estreará no dia 19 de dezembro
nos Estados Unidos, capta a
complexidade moral e psicológica de
uma missão quase impossível que
começou após os atentados do dia 11
de setembro de 2001 e concluiu em
2011 graças ao trabalho de uma
pequena equipe da CIA.
"Nos últimos dez anos todos se
centraram na busca de um único
homem, Bin Laden. O dia de sua
execução mais do que uma vitória
foi uma conquista, um objetivo
mundial", afirmou nesta terça-feira
a vencedora de um Oscar, durante a
apresentação do filme para a
imprensa em Nova York.
Apesar do final ser conhecido de
todos, "Zero Dark Thirty", rodado
principalmente no norte da Índia, é
comovente porque narra com
grande minúcia o trabalho de
rastreamento realizado pelo serviço
de inteligência, cujos membros foram
retratados como autênticos heróis.
Segundo destacou Bigelow, este filme
fica entre a reportagem e o
documentário, e é interessante
porque a narração é muito
específica, o que dá grande dose de
realidade à história.
No nível interpretativo, o peso fica
para a personagem de Maya, vivida
pela atriz Jessica Chastain, baseado
na história real de uma jovem agente
da CIA, cuja inteligência,
perseverança e personalidade
permitem localizar Bin Laden.
"O filme retrata o sacrifício de Maya
ao serviço de seu trabalho, com o
qual conseguiu matar Bin Laden",
afirmou a atriz, confessando se
sentir orgulhosa de interpretar um
papel feminino com tanta força.
Por sua vez, a diretora louvou o
trabalho de Chastain, de quem disse
que possui uma "grande
intensidade" com a qual consegue
canalizar a profundidade e os
matizes de cada cena.
No elenco também figuram nomes
como Jason Clarke, Kyle Chandler,
Schott Adkins, Joel Edgerton, Mark
Strong, Taylor Kinney, Jennifer Ehle
e Édgar Ramirez.
Antes da estreia, "Zero Dark Thirty"
já gerou polêmica, pois foi
considerado como propaganda do
Governo de Barack Obama. De fato o
Partido Republicano acusou o
Governo de vazar informação
classificada sobre a morte do líder
da Al Qaeda aos cineastas com fins
eleitorais.
Devido a estas acusações, a
produtora decidiu atrasar a estreia
do filme de Bigelow até depois das
eleições presidenciais americanas.
Muitos analistas concordam em
assinalar que o novo filme de
Bigelow está entre as apostas para a
próxima edição dos prêmios Oscar.
De fato, o Círculo de Críticos
Cinematográficos de Nova York já
elegeu "Zero Dark Thirty" como o
melhor filme e Bigelow como a
melhor diretora do ano.
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