manhã deste domingo terminou em um confronto que deixou vários
feridos, de acordo com o movimento Frente de Luta por Moradia (FLM).
Por volta das 6h, homens da corporação foram até a avenida São João,
no centro da capital paulista, em cujas calçadas cerca de 230 famílias
estavam acampadas com sofás, barracas e lonas. Os sem-teto ocupam a
via pública desde a última quinta-feira, quando foram retirados de um
imóvel que ocupavam na esquina das avenidas São João e Ipiranga.
Segundo Osmar Borges, coordenador-geral da FLM, os guardas começaram a
fazer um cordão de isolamento para conter e retirar aqueles que
acampavam na calçada. Um grupo de aproximadamente 40 pessoas, a
maioria mães, que havia saído para conseguir comida na Companhia de
Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), voltou às 7h30 e
foi impedido de ultrapassar o cordão.
"Elas queriam proteger seus filhos, mas não deixaram passar. Aí
começaram a forçar, e um guarda veio com gás de pimenta e cassetete, e
aí começou a confusão", afirmou Borges. Segundo ele, a GCM também
utilizou bombas de efeito moral e feriu ao menos sete pessoas,
incluindo o advogado do grupo, Manoel Del Rio, que havia sido chamado
para negociar, e um morador de rua que não faz parte do movimento.
Todos foram encaminhados ao Pronto-Socorro da Santa Casa.
Borges afirmou ter conversado com o comandante da Guarda Civil, que
teria decidido suspender a ação após ver o confronto. Segundo o
coordenador da FLM, a GCM deve voltar ao local no começo da
segunda-feira para retomar as negociações.
A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Segurança Urbana
confirmou a ação da GCM, mas negou, oficialmente, ter havido qualquer
confronto. "A Guarda Civil Metropolitana, em ação integrada com a
Subprefeitura Sé e o Conselho Tutelar, esteve novamente na avenida São
João com o objetivo de oferecer às famílias que ainda ocupam o espaço
público vagas nos abrigos municipais, bem como o encaminhamento de
seus pertences ao depósito da Subprefeitura ou aos locais indicados
por elas. Líderes, se opuseram à desocupação do local, colocando em
risco pessoas, inclusive crianças e idosos", afirmou em nota oficial.
"A Secretaria de Municipal de Segurança Urbana reitera que agiu dentro
da legalidade, baseada nos métodos de mediação, persuasão e respeito
aos direitos humanos e na preservação da integridade física das
famílias e dos agentes da Subprefeitura e do Conselho Tutelar."
Uma fonte da corporação, no entanto, afirmou ao Terra que o objetivo
da ação seria desocupar a via pública e confirmou ter havido um
confronto no qual teriam ficado feridos 11 guardas. A assessoria de
imprensa afirmou que a resposta oficial do órgão se limitaria à nota
emitida hoje.
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