reprodutivo para aumentar suas chances de procriar, indica um estudo
publicado na última quarta-feira no periódico Biology Letters.
Os machos rompem seu próprio órgão sexual no meio da cópula, o que
permite que continuem inserindo esperma na fêmea mesmo depois de eles
próprios já terem se afastado da parceira.
O afastamento rápido após o ato sexual tem uma explicação: as aranhas
fêmeas costumam devorar seus parceiros em seguida à procriação.
Há até pouco tempo, os biólogos não entendiam o comportamento dos
machos, já que a autocastração os deixa estéreis. Mas os pesquisadores
agora creem que a autoimolação aumenta a quantidade de esperma
colocado na fêmea e dá ao macho mais chances de gerar filhotes.
Castração total
Quebrar a ponta do palpo (um apêndice dos artrópodes) durante o ato
reprodutivo é algo relativamente comum em aranhas - acredita-se que
como uma forma de impedir que outros machos copulem com aquela fêmea e
de proteger o macho do canibalismo feminino.
Mas a castração total não era considerada necessária para evitar esses
problemas.
Sendo assim, os cientistas tiveram de buscar outras explicações para
esse comportamento drástico, conhecido como o "fenômeno eunuco".
Entre as teorias levantadas está a do "melhor lutador" - eunucos
(estéreis) são mais agressivos e ágeis se comparados com machos de
órgãos sexuais intactos.
Mas Daigin Li, da Universidade Nacional de Cingapura, e seus colegas
decidiram testar outra hipótese: se a castração resultava na
continuidade da transferência de esperma a fêmeas da espécie
Nephilengys malabarensis.
Os estudiosos dissecaram as aranhas e, com microscópios, contaram o esperma.
Controle da relação
Os resultados mostram que a inserção de esperma do palpo rompido
continua mesmo depois do fim do ato sexual. Quanto mais tempo o órgão
rompido ficar dentro do corpo da fêmea antes de ser removido, mais
esperma é transmitido, e maiores são a chances de paternidade.
Os pesquisadores também descobriram que, ainda que tanto machos quanto
fêmeas tomem a iniciativa de quebrar o órgão sexual masculino, o ato
sexual tem duração mais curta quando essa castração é feita pela fêmea
- o que reduz o potencial reprodutivo da relação.
Sendo assim, os autores do estudo acreditam que a autocastração do
macho seja, também, uma maneira de ele controlar a duração do ato
sexual e monopolizar a fêmea por mais tempo.
No artigo escrito à Biology Letters, os cientistas dizem acreditar que
o macho se castre também para se beneficiar do aumento de sua própria
agressividade.
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