segunda-feira, 9 de abril de 2012

Lollapalooza atrai 135 mil fãs em dois dias de festiva

Tí­tulo de um des­fecho justo para o pri­meiro Lol­la­pa­looza bra­si­leiro: banda in­glesa de rock sem fi­rulas leva uma mul­tidão ado­les­cente ao de­lírio. Foi o que se passou quando Alex Turner, o ga­rotão con­ven­cido do Arctic Mon­keys, subiu ao palco prin­cipal para in­cen­diar a pla­teia de 60 mil pes­soas com gui­tarras ron­ro­nantes e re­frões que já es­tavam na língua do pú­blico. Ao todo, o Lolla re­cebeu 135 mil fãs nos dois dias de fes­tival.

Turner faz um charme roc­ka­billy com to­petão e in­glês bal­bu­ciado a la Elvis. E sua banda se­gura a onda, des­fe­rindo riffs dis­so­nantes em ve­lo­ci­dade du­rante um set agres­sivo, sem deixar o pú­blico res­pirar. A con­sis­tência da apre­sen­tação vai de mão em mão com a co­men­tada ma­tu­ri­dade do Arctic Mon­keys, que lançou em 2011 o elo­giado quarto disco, 'Suck it and See'.

No palco ele­trô­nico, a grande sur­presa ficou por conta do po­pular DJ Skrillex. As pro­du­ções do ga­roto, tramas ma­xi­ma­listas de ba­ru­lhos hi­dráu­licos, que soam como se um Trans­former de­fei­tuoso ti­vesse sido sam­pleado, há tempos são mo­tivo de pi­adas entre os pu­ristas. E de fato, re­quinte é a úl­tima coisa que se pode es­perar de Skrillex.

RA­CI­O­NAIS

De­baixo de uma as­so­ci­ação de ima­gens que foi de Mal­colm X e os Pan­teras Ne­gras (no telão) até os Titãs (ho­me­na­ge­ados por Mano Brown com os versos de 'Po­lícia'), os Ra­ci­o­nais MCs an­co­raram seu circo de po­lí­tica & rimas no en­cer­ra­mento do Lol­la­pa­looza. Ig­no­raram a chuva fina e um início de re­be­lião do pú­blico, que vaiou o atraso (quase uma hora), e fez um show de im­pacto e vigor.

O pú­blico era mais abur­gue­sado do que de cos­tume, mas era também ini­ciado em Ra­ci­o­nais, can­tando com fa­ci­li­dade seus hits, como 'Por Amor Por Di­nheiro' e 'Negro Drama'. Um ga­roto na frente do palco sa­cudia uma ca­misa do Santos FC, time de Mano Brown. O es­critor Marçal Aquino es­tava na pla­teia.

O som dos Ra­ci­o­nais já as­sume o soul, com um vo­ca­lista de voz macia ao es­tilo Marvin Gaye, mas ainda não ad­mite ne­nhuma fe­mi­ni­li­dade no palco. Só sobe homem, só se fala grosso. Mas, das atra­ções na­ci­o­nais, foi a única que mos­trou som, po­tência e le­gi­ti­mi­dade no mesmo nível dos gringos.

O MGMT contou com "efeitos es­pe­ciais": re­lâm­pagos cru­zavam o céu du­rante a exe­cução de 'Elec­tric Feel', hit do grupo nova-ior­quino, e o pú­blico aplaudia os re­lâm­pagos. Já o grupo nova-ior­quino Gogol Bor­dello ins­taurou um ver­da­deiro acam­pa­mento ci­gano no Jockey Club. Uma garra sus­ten­tada por uma com­bi­nação inu­si­tada de acor­deom, vi­o­lino e gui­tarra, mais uma gri­taria punk de bor­dões ati­vistas. A banda de indie dan­çante Fri­endly Fires tocou sem efi­ci­ência para uma mul­tidão. A po­tência anê­mica dos alto-fa­lantes era anu­lada pelo vento, e pouco se ouvia das can­ções. As in­for­ma­ções são do jornal O Es­tado de S. Paulo.

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