cerca de um milhão de estudantes e 40 mil professores da rede pública
estadual de ensino voltarão às aulas na próxima segunda-feira na
Bahia. O Estado enfrenta uma onda de insegurança devido à paralisação.
Neste sábado, o secretário estadual da Segurança Pública, Maurício
Teles Barbosa, garantiu que o retorno escolar ocorrerá normalmente,
com presença de homens do Exército e de PMs que não estão em greve.
De acordo com a vice-coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em
Educação do Estado da Bahia (APLB-Sindicato), Marilene Betros, mesmo
diante da chegada progressiva de homens da Força Armadas e da Força
Nacional de Segurança Pública, docentes estão receosos pela
integridade física dos estudantes. "Temos preocupação com os alunos. A
onda dos boatos pode se transformar em algo muito complexo. Como os
estudantes vão voltar às aulas neste clima?", indagou Marilene.
O secretário estadual da Segurança Pública não informou quantos homens
vão atuar na segurança dos colégios estaduais. "Há um centro de
operações à disposição das forças e o gabinete emergencial já está
funcionando. Temos uma parcela ínfima de grevistas, bem menor que o
número do início", disse.
Já o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado
da Bahia (Sinep - BA), Natálio Dantas, emitiu recomendação para que as
escolas particulares só voltem às aulas após o fim da greve. O grupo
educacional que reúne os colégios São Paulo, Anchieta e as unidades
Anchietinhas confirmou que acatará a recomendação da entidade,
suspendendo as atividades na segunda-feira. "Os pais devem usar o
nosso site como canal de comunicação. Nossa preocupação é a segurança
dos alunos durante o trânsito deles", afirmou Antônio Bamberg, diretor
técnico e pedagógico das escolas que somam 4,5 mil estudantes na
capital baiana.
A estimativa inicial do governo foi a de que um terço (pouco mais de
10 mil policiais) do total de PMs havia parado. Sem dar detalhes da
distribuição do efetivo pela capital e pelo interior, o chefe do
Estado-Maior das Forças Armadas, general José Nardi, afirmou que mais
de três mil homens estão na Bahia, "a maior massa" já empregada nesse
tipo de operação.
A greve dos PMs da Bahia, que completou neste sábado quatro dias,
motivou uma onda de violência na capital. Desde a quarta-feira, a
região metropolitana de Salvador registrou 55 homicídios. Somente
ontem foram 32.
A ausência de policiamento nas ruas também causou dezenas de saques e
violência em todo o Estado. Só na sexta, 58 carros foram roubados e
lojas arrombadas e saqueadas.
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