segunda-feira, 28 de maio de 2012

"Saturday Night Live"estreia com piadas sobreXuxa, "Pânico" e a própriaRedeTV!

Tripudiando do dramático depoimento
de Xuxa ao "Fantástico", Rafinha
Bastos estreou o seu "Saturday Night
Live" pontualmente às 20h30 deste
domingo, na RedeTV. Um início
coerente com a proposta de fazer um
humor abusado e sem medo de
desagradar.
Vestida com um casaco de couro
vermelho, loira e de cabelo curto, a
atriz Renata Gaspar inaugurou a
franquia brasileira do famoso
humorístico americano rindo sem dó
da "rainha dos baixinhos", que há uma
semana revelou ter sofrido abuso
sexual na infância.
"Eu queria sair com o Garrincha, mas
ele era velho e eu preferi sair com o
Pelé. Tenho orgulho de ser a primeira
Maria Chuteira da história", disse.
"Fiz um pacto com o diabo? Lógico que
não", observou em seguida, sendo
interrompida por outro ator,
fantasiado de diabo, que disse: "Você
fez um pacto comigo e com a Globo,
que é muito pior."
Foi a primeira de muitas referências a
emissoras e programas concorrentes.
No seu número inicial, um pouco
nervoso, Rafinha logo fez uma menção
ao seu principal rival, o "Pânico", que
foi ao ar 30 minutos depois: "Eu acabei
de saber que o Pânico começa só às
23h". O humorista também falou de
outro concorrente no horário, o
"Fantástico": "É fantástico mesmo? É
legalzinho..."
Importante observar, não faltaram
piadas com a própria RedeTV!, os seus
proprietários e até com Luciana
Gimenez, mulher de um deles. "O
programa não é saturday, mas é live
(ao vivo)", disse, rindo do fato de o
humorístico ir ao ar aos domingos, e
não aos sábados. "De duas, acertamos
uma. O que não é pouco na RedeTV!"
Em outro momento, lembrou dos
problemas da emissora, que atrasou
salários e demitiu muitos funcionários
no inicio do ano. "Espero do fundo do
coração que vocês gostem, mas espero
principalmente que a RedeTV! pague a
gente", disse Rafinha.
O programa também abriu farto
espaço para aquele humor de mão
pesada que Rafinha parece apreciar
tanto. Num quadro, um homem só
descobriu que estava se casando com
um outro homem depois de lambê-lo.
Em outro, para deixar claro o seu
fanatismo, um corintiano urinou pela
janela enquanto a filha dele avisava à
mãe.
Esbanjando palavrões, humor
escatológico, piadas sem graça e
merchandising até na vinheta de
abertura, o "SNL" brasileiro misturou
quadros gravados previamente com
intevenções ao vivo da turma.
A atração musical foi tema de outra
piada bem ao estilo deselegante do
apresentador. "No programa
americano, essa semana foi o Mick
Jagger. Aqui, até o Frank Aguiar
recusou", disse Rafinha, antes de
anunciar que Marina Lima era a
convidada da noite.
Um dos quadros mais famosos do
"SNL" original, o telejornal com
comentários irônicos sobre notícias
verdadeiras (inspiração para
programas variados, como o "Furo
MTV"), ganhou corpo na edição
brasileira interpretado pelo próprio
Rafinha. Sobrou para Neymar, Luana
Piovani, Thor Batista e Luciana
Gimenez, entre muitos outros.
Embora se irrite com críticas, Rafinha
tem o mérito de saber rir de si
próprio. Num bom momento do
"telejornal", Marco Gonçalves imitou o
personagem Cirilo, da novela
"Carrossel", do SBT, e chamou o
apresentador de "Racistinha Bastos" .
Seria injusto comparar o programa
com a sua versão original, que estreou
em 1975 e está até hoje no ar. O "SNL"
brasileiro tem um longo caminho pela
frente, mas conseguiu mostrar uma
cara própria, sem semelhantes no
mercado brasileiro, ao nascer. Resta
saber o que o público vai achar.

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